Com seu estilo ferino e polêmico, o ex-secretário de Estado Eder Moraes vem se transformando em uma das “atrações” das eleições em Cuiabá. Após aderir à campanha de Lúdio Cabral (PT), a quem diz ter levado mais de 250 entidades comunitárias, Eder tem dado um “tempero” à disputa por suas posições incisivas e bombásticas – que despertam, claramente, reações de amor e ódio.
Declarando-se como “voluntário”, ele ressaltou que não é uma espécie de “porta-voz” de Lúdio. E que fala o que pensa, sem rodeios ou meios-termos. “Eu falo o que muitos não têm coragem de falar. Eu não meço as consequências”, afirmou.
Foi assim que, recentemente, ele afirmou que o candidato Mauro Mendes “não gosta de pobre”.
Sem ter papas na língua, Eder, que ocupou as secretarias de Estado da Casa Civil e da Fazenda, voltou à carga contra Mendes, a quem classificou de “excelente ator”.
“O Mauro não é o que parece ser. Não veja nada de bom moço nele. Vejo um capitalista, e não socialista, que visa cada vez mais lucro e quer desenvolver os seus negócios, multiplicar seu patrimônio com as supostas facilidades da política”, afirmou.
Em entrevista exclusiva ao MidiaNews, Eder falou sobre o processo eleitoral, disse que o senador Blairo Maggi está “triste” em apoiar Mendes, negou que seu patrimônio pessoal seja fruto de corrupção, e disse que poderá ser candidato a governador em 2014.
Confira os principais trechos da entrevista:
MidiaNews: Qual a sua função na campanha de Lúdio Cabral? O senhor é uma espécie de porta-voz dele?
Eder Moraes: Não sou porta-voz do Lúdio. Eu falo por mim. Exponho a minha opinião e uso, ao extremo, a minha liberdade de expressão, algo que todo cidadão deve ter. O que eu tiver para falar, vou falar sem receio algum, como sempre fiz. Esse é o meu comportamento. Eu tenho lado; eu nunca fiquei em cima do muro. Eu tomo posições, sejam elas desgastantes ou não. Mas sou um voluntário na campanha. E acabei assumindo a responsabilidade de ajudar a coordenar, efetivamente, grande parte do processo. Agora, eu não assino pela campanha, sou voluntário e, como tal, tenho essa liberdade para me expressar e, onde julgar necessário, firmar compromissos republicanos, como o de inserir esses grupos sociais no futuro governo de Lúdio e Faiad.
MidiaNews: Por quem o senhor fala, então?
Eder: Eu me considero um porta-voz dos segmentos sociais que estão conosco; a voz de todos esses segmentos, e são mais de 250 entidades catalogadas, em ata de reunião, e com declaração total de apoio à campanha do Lúdio. Eu sou o porta-voz desse grupo. Na medida em que eu expresso minha opinião, ela reflete o que pensa esse grupo. Então, eu exponho isso à sociedade, independente da própria opinião que tenho sobre o processo de uma maneira geral. Mas o que, efetivamente, causa alguns ruídos, é que eu expresso aquilo que muitos não tem coragem de falar. Eu não meço as consequências, dentro do livre direito democrático. E o que eu estou falando não é mentira, é fato.