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"A autonomia da universidade é relativa", diz reitora da UFMT

17/09/2012 00:00 | Maria Neder diz que calendário acadêmico será regu

A greve mais longa da história, a adoção do Enem como única forma de acesso à instituição, a adesão ao sistema de cotas, denúncias de fraudes em licitações e críticas quanto à baixa quantidade de pesquisa, além da perda da autonomia.

Os últimos anos têm sido movimentados e polêmicos na Universidade Federal de Mato Grosso e, consequentemente, na vida da reitora Maria Lúcia Cavalli Neder, de 61 anos. À frente da instituição desde 2008, e reeleita para mais quatro anos, ela se define como uma pessoa favorável à popularização das universidades no país e garante que a instituição vai bem em todos os sentidos.

Doutora em Educação Pública, Maria Lúcia Cavalli Neder recebeu na última semana a equipe de reportagem em seu amplo gabinete, em companhia do vice-reitor da instituição, Francisco Jose Dutra Souto, e da assessoria de imprensa da UFMT.

Em entrevista ao MidiaNews, ela falou sobre o orçamento da instituição, de quase meio milhão de reais, das condições de trabalho dos professores, e afirmou que não faltam recursos para pesquisa. Ela disse, também, que a autonomia da universidade é relativa, por conta do vínculo com o governo federal.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

MidiaNews - Os professores da UFMT completaram quatro meses de greve e afirmam que vão continuar assim por tempo indeterminado. O que a senhora tem a dizer das condições atuais de trabalho dos professores, incluindo os salários, e qual a avaliação do movimento grevista até agora?

Maria Lúcia Cavalli Neder - Eu sempre me pronunciei pela justeza da causa e das reivindicações dos professores em termos salariais e em termos de planos de carreira. Realmente os salários estavam muito defasados e havia a necessidade de redefinição de um plano de carreira, tendo em vista que esse plano foi feito há mais de 20 anos. E o plano é um instrumento importante, principalmente para estimular novos professores a entrarem na carreira universitária e terem uma boa perspectiva no seu percurso na universidade. É importante para o estimulo, para que o professor possa se dedicar exclusivamente à universidade. Então, nós entendemos que a causa é muito justa, de se ter essa redefinição no plano e fazer essa reivindicação salarial. Eu acho que houve avanço bastante grande por parte do governo.

MidiaNews - Os professores não estão satisfeitos com as propostas.

Maria Lúcia – O plano anterior prevê 17 níveis para chegar ao último grau da carreira. O novo plano prevê 13 níveis. Isso foi um avanço importante. E ainda a redução de dois níveis nas carreiras iniciais, que antes eram quatro, em cada uma das carreiras. Na primeira e na segunda houve a diminuição para dois níveis. A valorização do título também foi um avanço. É óbvio que o movimento docente gostaria que tivesse mais modificações. Mas isso agora tem que ser negociado na Câmara, porque o governo federal encerrou as negociações [com os professores] no início de agosto.

MidiaNews – Considera que houve avanços em termos salariais?

Maria Lúcia - Em termos salariais eu acho que houve o reconhecimento da presidenta Dilma de que precisaria haver uma diferenciação entre professores universitários e os servidores públicos. Tanto que os professores universitários receberam entre 25% e 45% de aumento, enquanto os outros servidores, de forma geral, receberam 15,8%. Isso mostra que ela também entendeu que havia uma defasagem salarial para os professores.

MidiaNews – A senhora considera esse valor ideal?

Maria Lúcia – Nós, que estamos na universidade sempre sonhamos que o professor tenha a maior remuneração do país, porque a educação é direito de todo cidadão e a maior impulsionadora de qualquer processo de desenvolvimento. Esperamos que o Brasil tenha, um dia, os melhores salários para os professores. A gente vai continuar nessa luta, embora entendamos que há limitações orçamentárias do governo, assim como a crise econômica mundial. Mas a gente espera que os governos possam olhar para a educação como um fundamento, um pressuposto para o desenvolvimento. Isso implica uma boa remuneração e um investimento muito forte, principalmente em infraestrutura, não só das universidades, mas do ensino médio e fundamental. Nesse sentido, a gente também luta pela aplicação dos 10% do PIB [Produto Interno Bruto] do país para a educação.

MidiaNews – O Reuni [programa de expansão universitária do governo federal] proporcionou milhões de reais para serem aplicados nas universidades, inclusive em obras de infraestrutura. Nós acabamos de passar por algumas obras do campus e percebemos que estão paradas. Há também relatos de atrasos. O que a senhora tem a dizer sobre isso?

Maria Lúcia - Não tem nenhuma obra parada. Executamos R$113 milhões na minha gestão, fizemos mais de 60 obras. Tem algumas obras que estão com cronograma atrasado, mas dentro da previsão jurídica, às vezes as empresas têm dificuldades. Estamos aplicando as multas devidas. Não há nenhuma obra parada na UFMT, felizmente.


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