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OAB/MT toma providências em defesa de advogados de Rondonópolis

19/07/2011 18:00 | Prerrogativas Profissionais

 

       A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso, por meio de sua Procuradoria Jurídica e do Tribunal de Defesa das Prerrogativas, já está tomando todas as providências cabíveis no sentido de defender advogados que atuam em Rondonópolis que estão sendo impedidos de exercer a profissão, diante do desrespeito e de atos ilegais praticados pelo juiz federal do Juizado Especial Federal. O vice-presidente da OAB/MT, no exercício da Presidência, Maurício Aude, recebeu nesta terça-feira (19 de julho) um email e um protesto encaminhado pelo presidente da Subseção de Rondonópolis, Adalberto Lopes assinado por dois advogados que sofreram represálias.
 
       Maurício Aude considera absurda e extremamente abusiva a atitude do magistrado que tem negociado os honorários dos advogados e tem impedido os profissionais de acompanhar seus clientes em agências bancárias para o recebimento de Requisições de Pequeno Valor (RPVs), chegando ao ponto de visitar todas as agências da cidade e determinar a retirada dos advogados dos locais. 
 
       Esse fato ocorreu com o advogado Juliano da Silva Barbosa no último dia 12 de julho em uma agência da Caixa Econômica Federal de Rondonópolis. Ele acompanhava clientes que procederiam ao saque de valores judiciais quando a gerente o notificou verbalmente, em tom elevado, que ele não poderia acompanhá-los sob pena de não efetuar o pagamento. Ela informou que a determinação partiu do juiz federal que fora pessoalmente à agência, porém, não apresentou nenhum documento escrito ou norma que autorizasse tal conduta. 
 
       “Ilustríssimo Presidente, vislumbra-se a ocorrência de um açoitamento de nossas prerrogativas profissionais; o Juiz Federal não tem esse poder, não pode determinar que o advogado apresente procuração específica para saque de RPV quando o Advogado se apresenta juntamente com o cliente para receber valores, não pode impedir o advogado de “ir e vir”, e, pior, porque se está falando de um lugar público”, ressaltaram os advogados Juliano Barbosa e Deisi Vieira Padilha no protesto.
 
       O procurador jurídico da OAB/MT, Marcondes Rai Novack, está reunindo todos os documentos e testemunhas relativos aos acontecimentos envolvendo o juiz federal de Rondonópolis, para fazer uma representação junto à Corregedoria da Justiça Federal. E também será realizada uma notificação às instituições financeiras da cidade para que se abstenham de impedir que o advogado acompanhe o cliente, ato considerado ilegal e inconstitucional. 
 
       “Porém os colegas que se sentirem lesados devem adotar as medidas judiciais cabíveis contras as agências, isto inclui desde ações cominatórias, criminais e indenização por danos morais”, destacou. 
 
Negociação de honorário
 
       Outro fato também foi narrado à Diretoria da OAB/MT por email pela advogada Andréia Alves, ocorrido nesta segunda-feira (18 de julho), quando durante a audiência o magistrado começou a calcular o percentual do seu honorário com o cliente ignorando a presença dela na sala. Depois, o magistrado dirigiu-se à advogada dizendo que a procuração existente nos autos não serviria para o saque da RPV, orientou o cidadão a ligar no Juizado Especial Federal para verificar a disponibilização do valor ao invés de sua procuradora. Nessa audiência o magistrado “negociou” com o cliente um percentual abaixo do que foi acordado com a advogada quando da sua contratação. 
 
       “Diante de tanta pressão, o MM. Juiz sequer me deixou sair da sala para conversar com meu cliente sobre a proposta do acordo, pressionando o cliente a aceitá-la, e assim, o mesmo teve um prejuízo de R$ 14.000,00 (Quatorze mil reais), pois aceitou um desconto de 30% (...)”, desabafou a advogada ao informar que nada pode fazer em defesa do cliente. 
 
Lídice Lannes/Luis Tonucci
Assessoria de Imprensa OAB/MT
(65) 3613-0928
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